Um tema antigo, mas que sempre volta a discussão. Por isso a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) divulgou no início deste mês um comunicado se posicionando em relação a Termografia da Mama.
Isso porque é recorrente a volta a falar nesse assunto, principalmente associada a inteligência artificial e redes neurais aos diversos métodos de imagem da mama. São novas perspectivas nesse campo, inclusive para a termografia.
Ela é uma técnica antiga, do final dos anos 50, que faz a leitura e detecção da radiação infravermelha emitida pelo corpo que pode ser convertida em valores de temperatura e então mapeada.
Mesmo com demonstrações da ineficácia do método para rastreamento do câncer de mama, em 1982 ela foi aprovada pelo Food & Drugs Administration (FDA) como método adjuvante a mamografia para a detecção do câncer de mama.
Mas esse mesmo órgão, o FDA, reiterou em 2017 em parecer oficial que a termografia não deveria ser utilizada como substituto da mamografia no rastreamento ou diagnóstico precoce.
Como até hoje não foram identificados estudos sobre a eficácia do rastreamento com termografia mamária na redução da mortalidade geral ou por câncer de mama, o Ministério da Saúde no Brasil não aprova tal procedimento. Sendo assim, a Comissão Nacional de Mamografia (CBR/FEBRASGO/SBM) afirma que:
- A Mamografia salva vidas e é o único método comprovado capaz de, por meio do diagnóstico precoce, reduzir a mortalidade do câncer de mama.
- Nenhum método substitui a mamografia como forma de rastreamento e prevenção do câncer de mama.
- A termografia não demonstrou, até o momento, nenhum benefício adicional no rastreamento e diagnóstico do câncer de mama.
- Em concordância com o Ministério da Saúde, a Comissão Nacional de Mamografia (CBR/FEBRASGO/ SBM) não recomenda esse tipo avaliação.
- Em face das evidências disponíveis atualmente, o uso da termografia como método de rastreamento e diagnóstico deve ser restrito ao ambiente de pesquisa.
Comunicado feito pela Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) em novembro de 2021.